Um caso que chocou o país em 2023 volta aos holofotes e expõe um dilema revoltante: Eduardo da Silva Noronha, 27 anos, acusado de sequestrar e manter em cárcere privado uma menina de apenas 12 anos, será julgado em liberdade na próxima segunda-feira (29), em São Luís.
O crime
Eduardo conheceu a vítima pelo TikTok, manteve contato por dois anos e decidiu buscá-la na porta da escola, em Sepetiba (RJ). Pagou R$ 4 mil a um motorista “por fora” e atravessou mais de 3 mil km até chegar a São Luís, onde a trancou em uma quitinete no bairro Divinéia. Enquanto isso, a família desesperada registrava o desaparecimento da adolescente, que só foi resgatada após ação conjunta das polícias do Rio e do Maranhão.
As acusações
O acusado responde por sequestro, cárcere privado e estupro de vulnerável. Mesmo admitindo ter beijado a menor, Eduardo nega relação sexual — argumento que sua defesa tenta usar como estratégia para livrá-lo da condenação.
A polêmica
Apesar da gravidade das acusações, Eduardo aguarda o julgamento solto e sem tornozeleira eletrônica, proibido apenas de sair do país e de manter contato com a vítima. Para muitas famílias, o caso é um retrato cruel da morosidade da Justiça brasileira e da desproteção das crianças em crimes de exploração e aliciamento digital.
O julgamento
O processo será analisado pela 8ª Vara Criminal Especializada em Crimes contra Criança e Adolescente, em São Luís. A decisão pode representar não apenas a condenação de Eduardo, mas também um recado à sociedade sobre até que ponto a Justiça está preparada para lidar com crimes sexuais contra menores em tempos de redes sociais.