O mais recente laudo de balneabilidade divulgado pela Secretaria de Estado do Meio Ambiente (SEMA) reacendeu um debate antigo: por que o Maranhão ainda não conseguiu resolver o problema da poluição nas praias da capital?
De acordo com o relatório, as praias do Calhau, Caolho, Olho d’Água, Meio, Araçagy, Olho de Porco e Mangue Seco estão dentro dos padrões adequados para banho.
Por outro lado, trechos da Ponta D’Areia e da praia de São Marcos continuam impróprios, com níveis de coliformes fecais acima do permitido.
O dado técnico é o mesmo de anos anteriores — e é justamente isso que chama atenção.
Apesar dos investimentos e das campanhas de divulgação, o governo do Maranhão não tem conseguido transformar laudos em resultados concretos.
A cada nova medição, o cenário pouco muda, revelando falta de ações estruturais na área de saneamento e drenagem urbana.
Especialistas apontam que o problema vai além da poluição pontual: envolve sistemas de esgoto ineficientes, ocupação irregular e ausência de planejamento ambiental integrado.
Enquanto isso, os moradores e turistas seguem convivendo com a incerteza — sem saber em quais trechos o banho é seguro.
A SEMA reforçou a importância de respeitar as recomendações do laudo e informou que segue monitorando as praias da Grande Ilha.
Mas, segundo ambientalistas, monitorar não basta — é preciso agir com políticas de saneamento efetivas, especialmente em áreas críticas como a Ponta D’Areia.
O fato é que, enquanto os relatórios se repetem, o problema persiste.
E o desafio do governo agora é transformar discurso ambiental em medidas práticas, garantindo que o mar da capital volte a ser símbolo de beleza — e não de descuido.
