O município de São Benedito do Rio Preto virou palco de um dos maiores escândalos políticos recentes no Maranhão. O Ministério Público Eleitoral (MPE) pediu a cassação imediata dos diplomas do prefeito Wallas Gonçalves Rocha e da vice Débora Heilmann Mesquita, acusados de usar dinheiro do Fundeb como moeda de troca eleitoral.
Segundo a investigação, mais de R$ 13,5 milhões saíram dos cofres públicos para irrigar campanhas, pagar blogueiros aliados, vereadores da base e até parentes de integrantes do grupo político do prefeito. Um dos casos mais escandalosos é o de Raimundo Costa Garreto, marido de uma vereadora aliada, que admitiu ter recebido repasses generosos sem qualquer contrato ou licitação.
O parecer do MPE é duro: o esquema representaria abuso de poder econômico e político descarado, que teria transformado recursos destinados à educação em ferramenta de manipulação eleitoral. O promotor responsável deixou claro que o crime independe do resultado das urnas — o simples fato de usar dinheiro do Fundeb para privilegiar aliados já fere a democracia.
A defesa, por sua vez, tenta alegar falhas processuais, ilicitude das provas e nega qualquer vínculo entre os pagamentos e a campanha. Mesmo assim, os extratos bancários obtidos via portal da transparência mostram pagamentos suspeitos a pessoas sem vínculo formal com a prefeitura, mas com proximidade política ou familiar com o prefeito.
Se a Justiça acatar o pedido, Wallas Rocha e Débora Mesquita podem perder os cargos, ficar inelegíveis por 8 anos e o município pode ter novas eleições — cenário que promete incendiar ainda mais o clima político na região.