Campeonato Nacional de Karatê em São Luís expõe abandono do esporte no Maranhão

Mesmo com tradição e conquistas expressivas, atletas e dirigentes apontam a falta de apoio público e privado como obstáculo para o crescimento do karatê.

O Ginásio Castelinho, em São Luís, recebe entre os dias 24 e 26 de outubro o 29º Campeonato Nacional de Karatê Shotokan, seletiva para o Mundial de 2026. O evento reúne os melhores atletas do país, mas por trás das medalhas, a realidade dos competidores maranhenses é marcada pela ausência de incentivo.

Em entrevista ao portal O Imparcial, o tricampeão pan-americano e presidente da JKS Maranhão, Marco Aurélio, foi direto: “O karatê no Maranhão sempre foi bom. A prática, o desenvolvimento da arte. Claro que temos a dificuldade de promover ele como esporte. Quando passa para o esporte, a gente vai precisar de incentivo público, privado. E aí a gente se barra em muita coisa.“

A declaração expõe um contraste: o estado forma campeões, mas esbarra na falta de estrutura.

Medalhas conquistadas, apoio insuficiente

No Pan-Americano mais recente, sete atletas da Academia Seiryükan faturaram 21 medalhas, prova do potencial maranhense. Agora, com 70 competidores confirmados, o Maranhão é considerado favorito no Brasileiro e pode chegar forte ao Mundial.

O atleta Paulo Silveira, que representará o estado, destacou a força da delegação: “O Maranhão também é muito forte, porque esses atletas, alguns deles participaram do Pan-Americano, vão estar também no Brasileiro, e possivelmente vão estar no Mundial com essa mesma base.”

Ele também comentou a pressão que acompanha a preparação: “É porque a gente está falando de um esporte de contato, então acaba gerando uma certa expectativa de fato.“

Bastidores de cobrança

Embora as falas não usem termos duros, o conteúdo delas deixa claro: o karatê no Maranhão sobrevive graças à dedicação de mestres e atletas, mas não recebe a contrapartida esperada de apoio financeiro e institucional.

Chamado à torcida

O campeonato segue até 26 de outubro, aberto ao público, no Ginásio Castelinho. Para os atletas, o calor da torcida maranhense pode ser a força extra diante do cenário de abandono.

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