A Polícia Federal deflagrou nesta quinta-feira a Operação Sem Desconto, que apura um esquema de descontos indevidos em aposentadorias e pensões do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). Entre os alvos de mandado de busca e apreensão está o senador Weverton Rocha (PDT-MA), vice-líder do governo no Senado.
A ação também resultou na prisão domiciliar do secretário-executivo do Ministério da Previdência Social, Adroaldo da Cunha Portal, que foi afastado do cargo. Além disso, foram presos Romeu Carvalho Antunes, filho do empresário Antônio Carlos Camilo Antunes, conhecido como “Careca do INSS”, e o advogado Eric Fidelis, filho do ex-diretor do INSS André Fidelis.
Ao todo, estão sendo cumpridos 52 mandados de busca e apreensão e 16 mandados de prisão preventiva no Distrito Federal e nos estados do Maranhão, São Paulo, Paraíba, Rio Grande do Norte, Pernambuco e Minas Gerais. A operação é realizada em parceria com a Controladoria-Geral da União (CGU).
Segundo a Polícia Federal, a investigação busca aprofundar apurações sobre crimes como inserção de dados falsos em sistemas oficiais, organização criminosa, estelionato previdenciário e ocultação e dilapidação de patrimônio.
Em nota, o senador Weverton Rocha afirmou ter recebido “com surpresa” a busca em sua residência e declarou que está à disposição para prestar esclarecimentos assim que tiver acesso integral à decisão judicial.
O caso ganhou repercussão após reportagem publicada em maio revelar encontros entre o senador e o Careca do INSS, inclusive na residência de Weverton, em Brasília, e no Senado. O parlamentar confirmou os encontros e afirmou que o empresário se apresentou como atuante no setor farmacêutico e que as reuniões trataram de pauta legislativa relacionada à importação de produtos à base de cannabis para fins medicinais.
Apontado como figura central do escândalo, o Careca do INSS foi preso em setembro. De acordo com estimativas do governo, cerca de quatro milhões de beneficiários podem ter sido vítimas do esquema, que teria movimentado R$ 6 bilhões.
