Em 2024, o Maranhão se destacou com o alarmante número de 420 conflitos no campo, conforme relatado pela Comissão Pastoral da Terra (CPT). Esse número representa quase o dobro do total registrado em 2023, evidenciando a escalada de tensões na região. Surpreendentemente, o Maranhão superou estados historicamente afetados, como Pará e Bahia, tornando-se um epicentro de disputas agrárias.
Dentre os 420 casos de conflitos registrados, cerca de 360 estão relacionados à disputa por posse e uso da terra. Além desses, também foram observados conflitos relacionados à água, questões trabalhistas, retomadas de território e manifestações de luta. O cenário agrário se torna mais complexo quando consideramos os impactos gerados pelas monoculturas, como a soja, que afetam diretamente a vida de comunidades locais, especialmente dos quilombolas.
Outro dado alarmante é o crescimento das contaminações por agrotóxicos, que alcançou o maior número da década no país, com 276 ocorrências, das quais 228 foram registradas no Maranhão. A região do Matopiba, onde se encontram municípios como Chapadinha e Timbiras, concentra muitos dos focos de tensão, refletindo o avanço da monocultura e suas consequências para a saúde e o meio ambiente.